Depois de tanto tempo imersa no universo dos streamings, finalmente me vi tocada por algo que só o cinema é capaz de proporcionar: a experiência única da grande tela.

Hoje, vivi uma emoção diferente ao assistir, pela primeira vez no cinema, um dos meus filmes preferidos da vida: Uma Linda Mulher (Pretty Woman). Já vi esse filme inúmeras vezes em casa, mas nenhuma das vezes me emocionou tanto quanto hoje, sentada em uma poltrona do Cine Marquise, que está com a belíssima proposta de exibir estreias de clássicos do cinema.

A magia de ver esse tipo de filme como ele foi pensado para ser visto – com som potente, tela gigante e um público ao redor – é algo que nenhum streaming consegue replicar. É uma verdadeira viagem no tempo, uma imersão completa, como se eu estivesse redescobrindo a história de Vivian e Edward pela primeira vez.

O que mais me encanta em Uma Linda Mulher é como ele traz, mesmo dentro de um contexto fantasioso e idealizado, mensagens que aquecem o coração e fazem a gente refletir:
– Que nem todos os homens são violentos ou abusivos, e que relações podem sim ser baseadas no cuidado e no respeito;
– Que “príncipes encantados” existem, talvez não como nos contos de fadas, mas em formas reais, humanas e possíveis;
– Que o amor pode nascer nos lugares mais improváveis, e que o acaso pode transformar vidas;
– Que o autocuidado, o amor-próprio e a autoestima podem mudar completamente a forma como nos vemos e nos posicionamos no mundo;
– E que sim, cuidar da sua imagem, usar roupas que te valorizem, explorar seu estilo pessoal, pode ser uma poderosa forma de empoderamento e beleza.

Sei que existe uma certa romantização da prostituição por causa desse filme, o que gera debates até hoje. Mas não posso negar que ele é lindo, envolvente, atemporal e cheio de carisma. E, acima de tudo, nos mostra que algumas histórias continuam tocando o coração das pessoas, mesmo décadas depois.

Acho maravilhosa essa iniciativa de resgatar clássicos e dar ao público a chance de viver algo que, por motivo de época ou idade, muitos de nós não pudemos experimentar. Ver filmes antigos e icônicos no cinema é um presente para quem ama cinema de verdade.

Finalizo esse pequeno relato dizendo, com toda certeza: o cinema nunca vai morrer. Porque a magia que ele proporciona é única.

E que venham mais sessões assim!